UM JÚRI DE EXCELÊNCIA PARA UM PRÉMIO DE EXCELÊNCIA.
EXPERIÊNCIA, CONHECIMENTO, VISÃO CRÍTICA.
O júri, designado pela INCM – Imprensa Nacional-Casa da Moeda, é sempre composto por cinco personalidades de reconhecido mérito ligadas ao jornalismo:
Nicolau Santos, Presidente do Conselho de Administração da RTP, que preside o júri do Prémio, David Pontes, diretor do jornal PÚBLICO, João Vieira Pereira, diretor do jornal EXPRESSO, Rui Cardoso, vogal da direção do Clube de Jornalistas, e Luísa Meireles, Diretora de Informação da Agência Lusa.
A todos eles agradecemos o seu contributo ímpar nesta iniciativa e na dignificação do jornalismo.
CONHEÇA OS SEUS PERCURSOS E TESTEMUNHOS

Nicolau Santos
Presidente do Conselho de Administração da RTP e Presidente do Júri do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva
Bio
Jornalista, presidente do Conselho de Administração da RTP desde 2021.
Comentador para assuntos económicos da RDP-Antena 1 desde Janeiro de 1998. Colunista dos Cadernos de Economia.
Membro cooptado do Conselho de Escola da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; exerceu as mesmas funções no Conselho de Escola do Instituto Superior Técnico e na Faculdade de Arquitectura (dois mandatos). Membro da Comissão de Aconselhamento Estratégico da Portulain Clarin – Infraestrutura da Educação para a Ciência e Tecnologia da Linguagem
Carreira: Editor de Economia da Agência ANOP. Co-fundador e posteriormente director do Semanário Económico e do Diário Económico. Director do jornal Público. Membro da direção do Expresso durante 19 anos, primeiro como subdiretor e depois como diretor-adjunto. Co-apresentador do programa da SIC-Notícias “Expresso da Meia-Noite” durante 15b anos. Apresentou ou co-apresentou programas de televisão na RTP e na SIC Notícias. Colaborou com o Jornal de Notícias, O Jornal, TSF, O Independente, Exame.
Livros publicados
«Portugal vale a pena», Setembro de 2010, prefácio de Pedro Santos Guerreiro, Edição Caleidoscópio
Quatro livros de poesia a meias com António Costa Silva: «Jacarandá e Mulemba», 2008, Guimarães Editores; «Aroma de Pitangas num País que Não Existe», 2011, Arcádia; «Fotografias Lentas do Diabo na Cama», 2013, Arcádia; «No Interior da Pele a Geografia dos Poemas», 2018, edição dos autores.
«Discurso do Vendedor de Especiarias», poesia, edição do autor, 2018
Organizador do livro «Pensar o Futuro: Portugal e o Mundo depois do Covid-19», Porto Editora, 2020
Moderador do livro «Deus e o Mercado, um diálogo provocador sobre religião e economia» entre o padre Vítor Melícias e o Prof. João César das Neves, Dom Quixote, 2020
Organização e seleção de poemas para o livro de poesia «Um alpendre no Bié», de António Costa Silva, Novembro de 2020, edição do autor
Distinções
Condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique (grau de comendador) pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, a 2 de Março de 2006; Medalha de Prata da Associação Industrial Portuguesa, por ocasião dos 170 anos da AIP, em 1 de Fevereiro de 2007; Sócio Honorário da Câmara de Comércio Indústria Portugal/Angola desde o dia 19 de Fevereiro de 2008; Prémio Pró-Autor da Sociedade Portuguesa de Autores pela divulgação da poesia portuguesa; Membro Honorário da Parsuk – Portuguese Association of Researchers and Students in the UK desde 18 de junho de 2016
Habilitações Profissionais
Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG)
Sobre o Prémio
“O Prémio Vicente Jorge Silva – Jornalismo de Excelência, lançado e patrocinado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda surge num momento em que o jornalismo escrito em todo o mundo passa por uma situação extremamente difícil, com quebras acentuadas e consistentes do número de leitores e das receitas publicitárias. E no entanto, num quadro em que as novas gerações não leem jornais e existe uma avassaladora overdose informativa, nunca foi tão necessário o jornalismo de qualidade, que investiga, que explica, que analisa, que dá pistas ao leitor para compreender o mundo e que contribui para formar cidadãos mais conscientes, mais educados, mais cultos e mais capazes de resistir à desinformação e à manipulação informativa.
Em Portugal, o jornalismo escrito não escapa a estas tendências universais e a consequência tem sido a redução e o enfraquecimento do número de títulos na imprensa nacional e regional, a pauperização e a perda de memória das redações, a degradação das condições de trabalho, a cada vez menor capacidade para investigar demoradamente, a fragilização perante todos os poderes – e, como resultado, a acomodação das redações a um jornalismo imediatista, superficial, irrelevante.
Este prémio vem lembrar que não tem necessariamente de ser assim, que não deve ser necessariamente assim, que o grande jornalismo é um afrodisíaco poderoso para todos os que estão verdadeiramente apaixonados pela profissão e que vale a pena lutar por conseguir contar histórias melhores, mais interessantes, mais relevantes, que denunciam, que obrigam os poderes a atuar, que tornam o retângulo um sítio melhor para viver. É para isto que existe o jornalismo. É por isto que Vicente Jorge Silva lutou toda a vida. Este prémio visa incentivar o grande jornalismo e todos os que não desistem de o praticar.”
Sobre o Vicente Jorge Silva
“O Vicente foi o jornalista mais estimulante com que já trabalhei. Tinha uma curiosidade imensa, uma cultura vastíssima, um carisma incontornável e uma capacidade de liderança inquestionável. Ao mesmo tempo, tinha um enorme sentido de humor e ria-se de si próprio e de algumas coisas que fazia. Last but not least, era intrinsecamente uma excelente pessoa, apesar das suas fúrias homéricas e das suas zangas tempestuosas, que lhe passavam rapidamente.
Escrevia maravilhosamente bem e cada um dos seus textos era uma pequena jóia. Muitos deles ficam para a história do jornalismo em Portugal, até porque ele foi seguramente o jornalista que mais marcou o jornalismo em Portugal na segunda metade do século XX. Conseguiu transformar um pequeno semanário produzido na Madeira, «O Jornal do Comércio», num jornal com influência em Portugal e nas ex-colónias entre os círculos mais progressistas do país que contestavam o ambiente cinzento, bafiento e asfixiante em que se vivia. Com «A Revista», do jornal «Expresso», elevou o jornalismo português a um cosmopolitismo até aí desconhecido, em que o que se passava no mundo ou as transformações culturais ganharam espaço e muitas e excelentes reportagens, entrevistas, investigações e histórias. E mudou radicalmente o jornalismo diário obediente e bem comportado que se fazia em Portugal quando em 1990, com um grupo de jornalistas saídos do Expresso, lançou o Público. Dezenas e dezenas de grandes jornalistas que hoje se encontram espalhados por vários órgãos de comunicação social nasceram sob o seu entusiasmo e a sua paixão pelo grande jornalismo.
Para mim, o Vicente era e sempre será não um jornalista mas O JORNALISTA e tudo o que eu sempre quis foi conseguir fazer um décimo do excelente jornalismo que ele sempre fez.”

David Pontes
Diretor do jornal PÚBLICO
Bio
David Pontes nasceu no Porto, em 1966. É licenciado em Comunicação Social e mestre em História Contemporânea. Desde o liceu que se apaixonou pelo jornalismo e depois de vários projetos semiprofissionais na rádio e imprensa, fez parte da primeira equipa editorial do jornal Público. Desde então, dirigiu a redação do grupo Edipress no Porto, foi diretor do jornal Comércio do Porto e fez parte das direções do Público, do Jornal de Notícias e da agência de notícias Lusa.
Apresentou e produziu um programa no Porto Canal e esteve ligado ao projeto de informação local Porto24. Na Global Media montou a produtora interna de vídeos e fundou o projeto V Digital.
Ao longo do caminho escreveu para televisão, fez rádio, foi organizador de um festival de poesia, músico, dono de uma loja sobre o Norte, orador em diversas conferências e comentador regular na televisão.
Em 2018, regressou ao Público e desde Junho deste ano é o director do jornal.
Sobre o Prémio
“O exemplo do Vicente Jorge Silva é uma chama que importa manter bem viva, numa altura em que se erguem as mais sombrias ameaças vindas de um mundo em que a falsidade vinga com mais facilidade que a verdade e em que o engano e a manipulação encontraram os canais certos para se propagarem. A lição do jornalismo de qualidade que ele representa deve ser evocada e celebrada, mostrando a novas gerações como a boa informação é um dos esteios fundamentais de uma sociedade livre, democrata, plural e inclusiva.”
Sobre o Vicente Jorge Silva
“Sou, por natureza, pouco domesticável” disse um dia Vicente Jorge Silva. Ele era assim como o era jornalismo que fazia e os títulos que soube criar. Explosivo, irreverente, um soberbo mobilizador de equipas, a sua inquietude era uma bênção para quem teve a oportunidade de trabalhar com ele. Os projetos que liderou tiveram a capacidade de trazer brilho a uma imprensa paroquial, de mostrar que num país periférico, com baixos índices de leitura, era possível fazer um jornalismo culto, incisivo, que respirava o mundo e a inovação e se inscrevia entre os melhores exemplos do jornalismo de referência. A sua independência era o alicerce a partir do qual se erguia um jornalismo preocupado em melhorar o mundo, que não deixava ninguém indiferente. Livre como poucos, foi a referência máxima de uma geração.”

João Vieira Pereira
Diretor do jornal EXPRESSO
Bio
João Vieira Pereira iniciou a carreira de jornalista em 1997 fazendo parte da equipa que lançou o Canal de Negócios, primeiro site de informação económica em Portugal, e que mais tarde lançou o Jornal de Negócios. Passou pelo Semanário Económico, tendo sido também responsável pelo lançamento do site do jornal. Em 1999 passa a integrar a direção do Semanário Económico, primeiro como diretor adjunto e depois como diretor onde esteve até 2006, altura em que ingressou no jornal Expresso como editor da área de Economia. Assumiu a edição executiva do Expresso em 2007 e em 2008 assume o cargo de sub-diretor e em 2010 o cargo de diretor-adjunto. Acumulou ainda funções de diretor da Revista Exame.
Em Abril de 2019 assumiu a direção do Jornal Expresso.
Sobre o Vicente Jorge Silva
Vicente Jorge Silva era o jornalismo. A imprensa escrita em Portugal deve-lhe muito do que é o seu ADN. Aquilo que é hoje deve-se em parte ao seu trabalho e ao seu génio. A criação de um prémio destes, além de honrar a sua memória, tem de servir para continuar a defender a perpetuação dos valores que defendia. Na investigação, na denúncia e no combate a amoralidade.

Rui Cardoso
Vogal da direção do Clube de Jornalistas
Bio
Rui Cardoso nasceu a 1 de agosto de 1953 em Lisboa, tendo-se licenciado em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, em 1977. Desenvolveu toda a sua vida profissional como jornalista, primeiro no Diário Popular (1977/88) e, mais tarde, no semanário Expresso a partir de 1990. Dirigiu os guias de viagem publicados pelo Expresso entre 1995 e 1999, incluindo o Guia de Portugal, Guia das Cidades e, mais tarde, o Guia das mais Belas Viagens de Comboio. Foi editor internacional do semanário Expresso entre 2009 e 2018, sendo simultaneamente editor executivo e depois diretor do Courrier Internacional até fins de 2018, altura em que se reformou.
Continua a colaborar regularmente no Expresso e na SIC Notícias. Faz parte da direção do Clube de Jornalistas.
É também autor ou co-autor de diversos livros na área da divulgação científica, do turismo e lazer, e da história de Portugal. É o caso de Turismo Científico em Portugal, um Roteiro (Assírio e Alvim, 2007), Pelas Linhas da Nostalgia – Passeios a pé nas Linhas de Caminho de Ferro Abandonadas (Edições Afrontamento, 2008). Em 2008 publicou Invasões Francesas – 200 Anos Histórias, Mitos e Protagonistas, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2010), tema ao qual voltou em 2024 com Mapa Cor de Sangue (Oficina do Livro). Lançou também Conta-me como não foi, mitos e mentiras na História de Portugal (2022 Casa das Letras) e Breve História do PREC (Oficina do Livro 2025).
Sobre o Vicente Jorge Silva
Vicente Jorge Silva, o líder de três revoluções
Vicente Jorge Silva foi uma das grandes, senão a maior, figura do jornalismo português entre a década de 1970 e o começo do séc. XXI.
Começou por tirar partido da menor pressão da censura na Madeira para transformar o Comércio do Funchal de um modesto semanário regional numa publicação moderna, arejada, de oposição à ditadura e aberta a todas as correntes de pensamento de uma forma não sectária. Inconfundível no seu papel entre o cor-de-rosa e o cor de salmão. Vendia muito mais no continente, nomeadamente no meio estudantil, que na ilha.
Depois do 25 de Abril veio para o Continente e ingressou na redação do Expresso. Aí terá um papel central na década de 1980 renovando a Revista do Expresso, abrindo-a ao jornalismo de investigação, à cultura, às artes, ao debate de ideias. Com um lugar muito especial à fotografia e à reportagem pelo mundo fora. Teve a seu lado neste projecto figuras como Mega Ferreira, José Júdice, Joaquim Vieira, Clara Ferreira Alves, Augusto M. Seabra, etc.
O terceiro projecto onde se envolve é ainda mais inesperado: a fundação em 1989 de um matutino de grande informação – o Público – o que o leva a sair do Expresso, levando consigo parte da redação, de Jorge Wemans a José Manuel Fernandes, Nuno Pacheco ou José Queirós. Ficará no Público até 1996, passando a dedicar-se à crónica e àquilo que mais gostava: o cinema.
Em todas as redações por onde passou deixou uma marca de exigência e de compromisso com aquilo que faz o verdadeiro jornalismo. Uma capacidade sem igual de congregar equipas, ouvir os outros e perceber, mais do que aquilo que estava a suceder, o que aí vinha. Com coração, cabeça e alguns ataques de raiva que se tornaram lendários.
O seu desaparecimento em 2020, deixa o jornalismo mais pobre, justamente num momento em que a profissão enfrenta novos desafios, tanto tecnológicos como profissionais e deontológicos.

Luísa Meireles
Diretora de Informação da Agência Lusa
Bio
Luísa Meireles nasceu em Angola. Licenciada pela Faculdade de Direito de Lisboa, abandonou a advocacia ao fim de 10 anos para se dedicar por inteiro ao jornalismo em 1989, data em que começou a trabalhar de forma permanente no jornal Expresso. Tem uma pós-graduação em Estudos Europeus pelo Instituto de Estudos Europeus da Universidade Católica de Lisboa e o curso de auditora do Instituto de Defesa Nacional. É membro do Centro de Estudos Eurodefense-Portugal e da Association Euromed- IHEDN (Institut des Hautes Etudes de Défense National).
Como jornalista, cobriu como enviada especial os anos do fim da União Soviética e a transição de regimes em todo o centro e leste europeu, incluindo as guerras dos Balcãs. Especializou-se nas áreas de Defesa e Segurança e Assuntos Europeus. Foi editora de Internacional do jornal Expresso entre 2000-2006 e, entre 2006 e 2018 Redatora Principal na secção de Política deste jornal. É desde outubro de 2018 Diretora de Informação da agência Lusa.
Publicou o livro “General Loureiro dos Santos – uma biografia” (2018), bem como «E Depois do Iraque?», em parceria com o General Loureiro dos Santos (2003)
Sobre o Vicente Jorge Silva
Se alguém tem o nome de “excelente” colado ao seu é e será sempre o Vicente. Alguém que conhecemos antes de o conhecermos. Genial, polémico, brilhante, fulgurante, inquieto até mais não… e dono de uma gargalhada inesquecível! Querido Vicente!