UM PERCURSO ÍMPAR.

EM NOME DA VERDADE.

PELA LIBERDADE.

O jornalismo sempre desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da vida democrática, no acompanhar da história de Portugal e do mundo e na formação de conhecimento na sociedade. Ao longo dos últimos anos muitos foram os que lutaram por uma imprensa livre de qualidade e muitos foram os que construíram as bases que todos os que fazem jornalismo reconhecem até hoje.

Vicente Jorge Silva foi, sem dúvida, uma figura ímpar no jornalismo português das últimas décadas. O seu legado representa um contributo único para o País e para a língua portuguesa que levou a Imprensa Nacional‑Casa da Moeda a criar o Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva, numa homenagem e reconhecimento.

UM CAMINHO QUE MARCOU TODA UMA VIDA.

A 8 de novembro de 1945 nascia no Funchal Vicente Jorge Lopes Gomes da Silva, conhecido apenas como Vicente Jorge Silva.
Desde cedo se apaixonou pelo cinema e pelo jornalismo. Sonhou ser cineasta, passou pela política, mas foi no jornalismo que acabaria por se notabilizar.

Aos 15 anos foi obrigado a abandonar o liceu que frequentava devido a problemas com a PIDE e acabou por sair da ilha.

Viveu em França e no Reino Unido até que em 1966 regressou à Madeira onde relançou o jornal Comércio do Funchal que viria a ter um papel fundamental na renovação da imprensa regional portuguesa em oposição ao regime salazarista.

Em 1989 cofundou com Belmiro de Azevedo o jornal Público do qual foi o primeiro diretor.

 

A 5 de março de 1990 distribuia-se nas bancas a primeira edição do jornal.

Em 1991 integrou a World Media Network, que consiste numa associação de jornais de referência no mundo.

Em 1995 registou o seu website na internet (www.publico.pt) sendo atualizado várias vezes por dia. O jornal conta já com mais de 30 anos de história.

“Um jornal com um estilo próprio, que integra os grandes princípios fundadores do jornalismo moderno”

Vicente Jorge Silva
in Livro de Estilo do Público.

Pai da expressão “geração rasca” durante as manifestações estudantis contra a então Ministra da Educação do governo de Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, acabaria por deixar de exercer funções no jornal em 1996 regressando mais tarde como cronista e coordenador da edição dedicada ao 28º aniversário do jornal.

Ao longo da sua vida foi ainda colunista do Diário Económico e do Diário de Notícias, fundou a revista Invista, colaborou com o semanário Sol e foi comentador da SIC Notícias.

Ganhou dois prémios enquanto jornalista, um deles o Prémio Cupertino Miranda, considerado o principal prémio do jornalismo português na altura. Foi-lhe proposta ainda uma condecoração, que recusou.

Como realizador de cinema foi autor de O Limite e as Horas (1961), O Discurso do Poder (1976), Vicente Fotógrafo (1978), Bicicleta – Ou o Tempo Que a Terra Esqueceu (1979), A Ilha de Colombo (1997). Porto Santo (1997), seu último trabalho no cinema, foi exibido no Festival Internacional de Genebra.

Em 2020, Vicente Jorge Silva parte, tornando o universo jornalístico português mais pobre, mas deixando também um legado ímpar que procuramos agora homenagear.

“É uma justíssima homenagem ao mais importante jornalista português dos últimos 50 anos e ao que sempre pautou a sua atividade: qualidade, rigor, entusiasmo, paixão, inovação, frontalidade, diferença, risco. E um enorme amor pela profissão.”

Nicolau Santos
Presidente do Conselho de Administração da RTP
Presidente do júri