Os melhores momentos de um evento muito especial.
Assista a toda a cerimónia de entrega de prémios e partilhe de os momentos e testemunhos.
Como nunca, a excelência e o rigor da informação e a verdade jornalística são uma garantia da livre expressão das ideias e valores e uma ponte que nos aproxima e esclarece do mundo e tempo que vivemos.
No dia 15 de setembro celebrámos esse olhar claro com a atribuição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva, que contou com a sua 1ª edição. A cerimónia de entrega do Prémio teve lugar na Sala Galeria Carlos Paredes da SPA – Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa, parceiro institucional desta iniciativa.
Neste evento levamos mais longe a homenagem e a memória de um profissional que marcou a história contemporânea do jornalismo português, partilhando também a visão pessoal de Vicente Jorge Silva nas palavras da sua família e amigos.
O evento teve lugar a partir das 18h00, com emissão em live streaming aqui e nas redes sociais da INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda Facebook e Youtube.
52 histórias inspiradoras.
Nesta 1ª edição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva foram recebidas 52 peças jornalísticas, de todos os estilos, desenvolvidas por 53 profissionais
Valorizar o que de melhor se faz no jornalismo escrito, seja através da investigação, da reportagem ou da análise, e contribuir para uma sociedade mais informada e homenagear Vicente Jorge Silva, figura ímpar do jornalismo português das últimas décadas e testemunho da liberdade de informação, foram o ponto de partida e a ambição que tornaram esta iniciativa uma realidade.

O Prémio
O Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva atribuiu uma bolsa de investigação jornalística no valor de 5.000 EUR ao trabalho vencedor. Os profissionais selecionados receberam um troféu da autoria do designer português Henrique Cayatte, cuja amizade, história e percurso profissional se cruza também em momentos chave da vida de Vicente Jorge Silva.
Reflete os três grandes momentos de comunicação editorial e jornalística através da representação conceptual de 3 páginas de jornal, que se sobrepõem mas têm sempre a sua individualidade e identidade, enquanto marcos.
Apela também à pluralidade presente no percurso e legado do jornalista, com que teve a oportunidade de colaborar ao longo de vários projetos, perpetuando assim essa visão nos novos jornalistas que agora se candidataram.
O artigo vencedor
“Estados Unidos da América, crónica de uma (des)união”
“Desde a sua fundação que o país lida com a desunião. (…) Do nascimento do ‘mito’ à necessidade de redação de um documento que fosse o garante de união de uma democracia formada na diferença da população que a forma, uma diferença de origem, cultural, social, racial, religiosa, de expectativas quanto a esse novo país.”
Isabel Lucas
Isabel Lucas tem formação em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa. Jornalista e crítica literária, escreve regularmente no jornal Público e colabora com várias publicações, sobretudo nas áreas de cultura e viagens. Ao longo dos últimos anos tem vivido entre Lisboa e Nova Iorque. É autora do livro Conversas com Vicente Jorge Silva (Temas e Debates, 2013). Viagem ao sonho americano (Companhia das Letras, 2017), resultado de um périplo pelos Estados Unidos da América a partir da sua literatura, uma compilação de reportagens/ensaios publicados ao longo de um ano no jornal Público. E de Viagem ao País do Futuro (CEPE e Companhia das Letras, 2021), projecto de características semelhantes que parte da literatura brasileira para tentar entender melhor o Brasil actual. Os textos nele incluídos foram antes publicados no Suplemento Pernambuco, no Brasil, e no jornal Público. É curadora em Portugal do Prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa.

O testemunho de Isabel Lucas, vencedora da 1ª edição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva
As menções honrosas
“Voltar a Marchar”
“Em junho de 2019, o comando Aliu Camará perdeu as duas pernas num acidente na República Centro-Africana. Tinha 23 anos. (…) O militar entrou numa missão: voltar a andar. E cumpriu. Nem ele consegue explicar a força que tem.”
Raquel Moleiro e Tiago Miranda
Raquel Moleiro
Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, é jornalista do Expresso desde 1999, tendo passado também pelo Diário de Notícias. Queria ser arqueóloga como o Indiana Jones, mas encontrou no jornalismo o mesmo entusiasmo da descoberta, e sem centopeias no cabelo.
Tem a idade da Revolução. Escreve sobretudo sobre imigração, exclusão social e direitos humanos.
Co-autora do livro “Os Jiadistas Portugueses”.
European Press Prize Inovação 2016 e Prémio Cáceres Monteiro, com a reportagem multimédia “Matar e Morrer por Alá”
Prémio AMI 2018, com a reportagem “Escravos do Rio”
Prémio ‘Direitos Humanos & Integração’ 2020, na categoria de Meios Audiovisuais, da Comissão Nacional da UNESCO e da Secretaria Geral da Presidência do Concelho de Ministros, com a reportagem “Pareciam foguetes de lágrimas”.
Tiago Miranda
Fotojornalista do Expresso desde 2005, licenciou-se em Design de Comunicação pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, enquanto cursou Fotografia no IADE, à noite
Prémio Estação Imagem 2017 com “Mama Sumae”
Prémio Gazeta 2018 com a reportagem multimédia “Estamos aqui para formar animais de combate”.
Prémio ‘Direitos Humanos & Integração’ 2020, na categoria de Meios Audiovisuais, da Comissão Nacional da UNESCO e da Secretaria Geral da Presidência do Concelho de Ministros, com a reportagem “Pareciam foguetes de lágrimas”.

“Luanda Leaks. Como Isabel dos Santos desviou mais de 100 milhões de dólares da Sonangol para o Dubai ”
“(…) peça principal da investigação publicada pelo Expresso no âmbito do projeto Luanda Leaks, sobre a mulher mais rica de África, Isabel dos Santos, e o seu marido Sindika Dokolo, feita em colaboração com a SIC e no âmbito do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ)”
Micael Pereira e Luís Garriapa
Micael Pereira
Micael Pereira é grande repórter no jornal Expresso. Tem investigado casos de corrupção em Portugal e também em alguns países africanos, como o Congo, Angola ou a Guiné Equatorial. É membro do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, o ICIJ, e esteve envolvido em muitos dos seus projetos, incluindo o Panama Papers e o Luanda Leaks. Faz também parte da rede EIC (European Investigative Collaborations), conhecida pelas investigações Football Leaks e Malta Files. É autor do documentário Black Trail, uma coprodução europeia estreada este ano sobre porque é que os navios continuam a queimar e emitir o mais sujo dos combustíveis.
Luís Garriapa
Licenciado em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Jornalista da SIC desde 1994.
Trabalhou nos Programas “Casos de Polícia”, “Grande Reportagem” e como repórter especializado na área da justiça.
Desde julho de 2019 desempenha funções de Editor de Sociedade da SIC.

Descubra outras histórias destacadas pelo júri:
A Caixa de Correio de Nossa Senhora – Os oito milhões de segredos de Fátima (1ª parte) e Cartas de Guerra (2ª parte)
António Marujo
Sinopse
Correio de Nossa Senhora é a designação de uma parte do arquivo do santuário de Fátima, que recolhe cartas e mensagens deixadas pelas pessoas no santuário ou enviadas para lá. Neste momento com cerca de oito milhões de mensagens, esta investigação centrou-se nas cerca de 50 mil que foram recolhidas até 1977, data limite estabelecida pelos responsáveis para a possibilidade da consulta do arquivo. Nessas mensagens e cartas, encontramos muitos mistérios e declarações, pedidos de saúde ou de emprego para o próprio ou para outras pessoas, amores proibidos e confessados, crimes escondidos, desilusões amorosas, angústias existenciais, orações pela paz no mundo e pela “conversão dos pecadores” ou da Rússia, pelo fim da Guerra Colonial na sua dimensão política (a derrota dos “terroristas” ou do “comunismo”) ou mais pessoal (o regresso de um filho, um namorado, um neto mobilizados)… Se em cada mensagem há um mistério, todas juntas elas revelam muito do que era o país, há poucas décadas, marcado ainda pelo analfabetismo, pobreza e falta de protecção social. E revelam, também, muito do que foi e é importante na vida de milhões de portugueses e estrangeiros: os pedidos para que filhos, netos, noivos ou namorados regressem da guerra, sãos e salvos; que o pai deixe de bater na mãe; que o marido deixe a vida dissoluta; que a mulher deixe de ser ofensiva e aceite a família do cônjuge; que os pais se dêem bem; que se consiga o emprego necessário; que se encontre um noivado ou um namorado desejado; que se resolvam problemas de saúde ou se obtenha a passagem nos exames para os quais (pouco ou nada) se estudou… Uma investigação inédita que desvenda, pela primeira vez, um arquivo até agora desconhecido e revela como foi a relação de muitas pessoas com a questão da guerra colonial, cruzada com a sua religiosidade pessoal ou com a expressão colectiva da fé.
A 50 degraus de casa
Christiana Martins
Sinopse
Um ser humano que sabe que vai morrer, que não tem muito tempo para fazer e dizer tudo o que tem dentro de si. Um ano diferente de todos os que vivemos, um ano marcado por uma pandemia, que nos afasta fisicamente dos nossos semelhantes. Uma doença nova e assustadora que domina o espaço mediático, anulando todas as outras doenças que continuam a matar. Uma jornalista que tem necessidade de relatar o que sente quem tem a vida a escoar entre os dedos, que não está infetado pelo novo vírus, mas tem uma mensagem a deixar à comunidade. Um trabalho de muitos meses, marcado por muitos constrangimentos, um texto sobre a vida de quem está a morrer. Uma partilha e um agradecimento. A história de Pedro Diogo é só isso e é tanto que vos submeto à leitura. Há 25 anos comecei a aprender a ser jornalista, lição longe de estar concluída. Comecei pelas mãos de uma equipa rara, empenhada, ética, criativa, a equipa liderada por Vicente Jorge Silva no Público. É por isso com grande emoção que agora vos apresento um dos textos mais difíceis que já fiz. Uma história simples, sem efeitos especiais, a história de Pedro Diogo, o homem que quer explicar o que sente quem sabe que vai morrer. Num ano em que a morte foi tão nossa companheira.
Os Devolvidos
Ana França
Sinopse
Com o diabo na rua
Isabel Lucas
Sinopse
Esta reportagem é a última de uma série de 12 em que viajei pelo Brasil a partir da sua literatura. As reportagens foram publicadas ao longo de um ano, uma por mês, entre 2019 e 2020. Nesta entro no território do romance de João Guimarães Rosa, “Grande Sertão: veredas”, uma das grades obras escritas em língua portuguesa que cria um território mítico a partir de uma geografia real: as margens do Rio S. Francisco na fronteira com os estados da Bahia e de Minas Gerais. O livro é uma espécie de guia para tentar entender a complexidade não apenas daquela paisagem e de quem a habita, mas da essência de um país marcado pela desigualdade — social, étnica, religiosa, geográfica — unido por uma língua sempre a ser reinventada de modo a ajustar-se melhor à realidade que quer comunicar. Ali, estamos diante de um rio que é um mar que é uma estrada, que é uma veia que alimenta parte do imenso Brasil e contém muitas das suas especificidades e da mitologia que o constitui: a luta entre bem e mal, as marcas da colonização, a figura do salvador, a honra, a paixão, e a aridez, a falta, o preconceito, a lei da sobrevivência. É nessa complexidade que Guimarães Rosa pergunta o que é o homem, o que é Deus, o que é o Brasil e tenta ir ao osso de uma identidade, reinventando uma linguagem no lugar onde ela se mantém mais próxima do arcaísmo, porque ali a sociedade é mais fechada, ficou mais isolada, pela geografia, pela pobreza, pelo esquecimento. É o Sertão como uma espécie de princípio de mundo.
Morreram 1047 idosos em lares com covid-19. O que é preciso para acabar com os “depósitos de velhos”?
Natália Faria
Sinopse
O artigo procurou, a partir das perspectivas de utentes, familiares, académicos e responsáveis pelas instituições, entre outros, denunciar as debilidades do nosso actual modelo de acolhimento de idosos, num momento em que o SARS-CoV-2 grassava naquelas instituições, deixando um rasto de vítimas mortais. O objectivo foi, para além de denunciar as falhas do actual modelo que se vêm arrastando há décadas sem aparente vontade política para as colmatar (numa necessidade agudizada ainda pelo progressivo e inelutável envelhecimento populacional) , apontar alguns caminhos futuros, identificando soluções alternativas, algumas das quais já existentes no nosso país.
Notícias do Fim do Mundo
Ana França
Sinopse
Cristovam Pavia. O mistério do H.M.E.
Ricardo Marques
Sinopse
Reportagem que nasce de um programa de rádio ouvido durante a viagem diária entre Oeiras e Peniche. Na Antena 2, num programa sobre Poesia, ouço que um poema atribuído a um poeta português era, na verdade, de um autor alemão. Não conhecia nenhum deles, nem sequer tinha ideia do que acontecera. Passei as semanas seguintes a tentar identificar todos os participantes na história e a conhecer a obra dos poetas envolvidos.
Recorde e celebre connosco os momentos da cerimónia.
PARCEIRO INSTITUCIONAL
